Atos

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terça-feira, 14 de junho de 2011

Final da tarde, saio do trabalho, a cabeça dando voltas. Pensando no que queria ter dito; lembrando a voz opaca, de alguém que nunca ouvi; parece que a voz não me reconhecia... acho que já morei com ela. Eu não sei quando.

Tudo perde um pouco o peso. Não sei onde estou, errei o caminho que pego há dois meses. Passo direto. Entro numa favela, algo me diz que estou perto da aerolândia. Há poucos dias não sabia existir tal bairro. Digiro uma ideia por vez, dirijo-me tonto pelas ruas. Tem uma náusea que me remói, e eu... remoído fico.

Geralmente, canto algo. Hoje não tenho repertório. Sugiro o silêncio para que me embale, e saio pelas ruas a procurar meu caminho. Encontro qualquer coisa familiar e me lanço à procura, até que chego à avenida conhecida; verifico que dei uma volta. E com mais outra, mando minha cabeça aprumar o rumo. Minha casa é quilômetros daqui. Sei que perdi minha hora, mas meia hora mais, que diferença faz? Não tenho pressa...

Para quê a teria?

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